ICSI

A ICSI oferece uma alternativa de tratamento viável para os casos mais difíceis de infertilidade masculina. No passado, àqueles casais cuja infertilidade era resultante de defeitos graves do espermatozóide só restavam a adoção ou a utilização de sêmen de doadores anônimos. A técnica da ICSI utiliza os mais poderosos microscópicos e micromanipuladores de gametas. O embriologista segura um único óvulo na extremidade de uma delicada pipeta de sucção com uma mão e, com a outra, pode penetrar nesse óvulo com uma agulha muitas vezes mais fina do que um fio de cabelo carregando um espermatozóide. A taxa de fertilização da ICSI está em torno de 70%. Os índices de gravidez e de crianças nascidas são muito semelhantes aos encontrados na FIV convencional. Essa técnica foi desenvolvida para tratar a infertilidade de homens que produzem pequena quantidade de espermatozóides e aqueles que não possuem nenhum espermatozóide no ejaculado, devido à obstrução ou outros distúrbios testiculares. Nesses casos, os espermatozóides podem ser obtidos diretamente do epidídimo ou do testículo. Os casais inférteis que serão submetidos a ICSI são cuidadosamente selecionados e, às vezes, referem FIV anterior fracassada. Como existe o risco de que a infertilidade masculina seja resultado de doença hereditária, podem ser necessários pesquisa genética e aconselhamento.

Fertilização in vitro

A FIV é a técnica que ficou conhecida por “bebê de proveta”, sendo praticada em todo o mundo. De uma maneira geral, a FIV consiste na indução da ovulação, na captação dos óvulos, na fertilizados em laboratório (utilizando-se os espermatozóides do marido/parceiro) e na transferência dos embriões selecionados para dentro do útero para que possa ocorrer a implantação e a gravidez. A FIV é útil nos casos de lesão das tubas uterinas, de endometriose, de infertilidade masculina e naqueles de infertilidade inexplicável. Estudam demonstram que a expectativa de gestação após um ciclo de tratamento é de em média 25%. A idade da mulher é um importante fator que interfere nas taxas de sucesso do tratamento, ou seja, os índices de gravidez diminuem nas mulheres com mais de 35 anos.

O risco mais comum associado ao tratamento é a gestação múltipla, que está associada a índices mais elevados de abortamentos, prematuridade, complicações neonatais e recém-nascidos de baixo peso.?A síndrome de hiperestimulação ovariana é rara e decorre das medicações hormonais usadas na indução da ovulação. O evento característico é uma resposta exagerada as drogas indutoras, que pode levar a dor abdominal, edema e retenção de líquidos. Em casos extremos há necessidade de interromper o tratamento e, até mesmo, de cuidados hospitalares.

Inseminação Intra-Uterina

A inseminação intrauterina (IIU) é um procedimento de baixa complexidade em que realizamos a injeção do sêmen previamente colhido e processado diretamente dentro do útero com o objetivo de facilitar o encontro entre os espermatozóides e o óvulo e, desta forma, facilitar a fertilização. A indução da ovulação é realizada com baixa dose de medicações.

Como o sêmen é transferido para o interior da cavidade uterina, é importante que a paciente não apresente anormalidades no aparelho reprodutor, isto é, deverá estar ovulando e não poderá apresentar obstrução das tubas uterinas. Da mesma forma, o espermograma deve demonstrar que a quantidade, a motilidade e a morfologia dos espermatozóides estão conservadas.

A IIU tem sido indicada com bons resultados em casais com infertilidade sem causa aparente e poderá ser eficaz em mulheres com distúrbios de ovulação, desde que haja resposta ovariana adequada às drogas indutoras da ovulação e naquelas com sintomas de endometriose leve.

É fundamental que se faça um acompanhamento da resposta ovariana à indução, adequando as doses das drogas e prevenindo os efeitos colaterais das mesmas e/ou diminuindo o risco de gravidez múltipla. Este seguimento é realizado através da ultra-sonografia transvaginal e, eventualmente, através da medição dos hormônios de uma amostra de sangue. O seguimento ultrassonográfico é feito para se definir o melhor momento da inseminação. Algumas horas antes do procedimento, uma amostra de sêmen é obtida e preparada para ser depositada dentro do útero da paciente através de um cateter fino. O procedimento da IIU é praticamente indolor.

A IIU oferece poucos riscos. Quando a paciente responde exageradamente à medicação e mais do que três óvulos são produzidos, há um maior risco de gravidez múltipla. Nestas ocasiões, o médico decidirá se o tratamento será interrompido ou não. Os ciclos que apresentarem indícios de uma rara condição conhecida como Síndrome de Hiperestimulação Ovariana também deverão ser cancelados.

As taxas de sucesso da superovulação controlada e da IIU giram em torno de 20 a 25% por tentativa, desde que não haja infertilidade masculina e as trompas da paciente estejam normais. Quando a gestação não for obtida após algumas tentativas de IIU, o médico pode recomendar alternativas de tratamento tais como, a fertilização in vitro.

Coito Programado

Esta técnica consiste no acompanhamento da ovulação da mulher para programar o momento ideal de ter a relação sexual. Na maioria das vezes, utilizamos medicações hormonais para provocar uma ovulação mais efetiva.

A indução da ovulação começa alguns dias após o início da menstruação, com medicações que podem ser tomadas por via oral ou por via subcutânea. Acompanhamos este processo através da ultra-sonografia, na qual conseguimos identificar o crescimento dos folículos até o tamanho adequado para deflagrar a ovulação e, portanto, programar a relação sexual. Como se trata de tratamento mais simples, apenas uma pequena dose de hormônios é necessária.

Este tratamento está indicado principalmente em mulheres com anovulação crônica, mas que tenham tubas uterinas normais e cujos parceiros não tenham alterações do sêmen. Também pode ser usado em casais com infertilidade sem causa aparente, após uma completa investigação.

Indução da Ovulação

A indução da ovulação é realizada através de medicações hormonais utilizadas por via oral ou subcutânea, estimulando os ovários a produzir um número adequado de óvulos. A dose dessas medicações varia com a complexidade do tratamento escolhido, isto é, em tratamentos como o coito programado e a inseminação intra-uterina (baixa complexidade) são empregadas quantidades menores de medicação quando comparadas com a fertilização in vitro (alta complexidade), onde o objetivo é produzir um número maior de óvulos, capazes de gerar um número maior de embriões.

O controle deste processo é realizado através da ultra-sonografia e de exames de sangue, assim consegue-se prever o momento da ovulação ou da retirada dos óvulos no caso da fertilização in vitro. Em média, esta etapa dura em torno de 10 dias.